Santa Catarina registra seis feminicídios em uma semana e escancara crise na proteção às mulheres

 Santa Catarina registra seis feminicídios em uma semana e escancara crise na proteção às mulheres

Em menos de sete dias, Santa Catarina foi palco de uma sequência alarmante de feminicídios: seis mulheres foram assassinadas entre os dias 29 de julho e 4 de agosto, em diferentes regiões do estado. As vítimas tinham entre 23 e 59 anos e, na maioria dos casos, foram mortas dentro de casa — um espaço que deveria representar segurança, mas acabou sendo cenário de violência extrema.

O primeiro caso ocorreu em Penha, no Litoral Norte, em 29 de julho. Rosimary Martins, de 59 anos, foi morta dentro de casa. O companheiro, que já tinha histórico de violência doméstica, foi preso em flagrante.

No dia seguinte, 30 de julho, a violência fez mais uma vítima em Rodeio, no Vale do Itajaí. Tatiane Kurth Cipriani, de 24 anos, foi assassinada a facadas pelo marido, que cometeu suicídio logo após o crime. O casal tinha uma filha pequena.

Já em 1º de agosto, dois feminicídios foram registrados no mesmo dia. Em Rio do Sul, Sandra Raquel Nolli, de 51 anos, foi baleada dentro da própria casa. O principal suspeito, seu ex-companheiro, fugiu, mas foi capturado no Paraná. Em Bombinhas, Giovanna Schmidhauser Schwarzbach, de 23 anos, foi morta com um tiro no peito. O caso segue sob sigilo.

Na capital, Florianópolis, um crime que chocou pela motivação aconteceu no dia 2. Uma mulher foi morta pelo próprio filho, que alegou ter cometido o assassinato por “vingança”, após receber um diagnóstico de autismo. Apesar da complexidade do caso, a polícia trata o crime como feminicídio.

O caso mais recente foi registrado na manhã desta segunda-feira, 4 de agosto, em Gaspar, novamente no Vale do Itajaí. Uma mulher de 56 anos foi morta a facadas dentro de casa. O suspeito fugiu para uma área de mata e, até o momento, não foi localizado.

Esses episódios evidenciam a persistência da violência de gênero em Santa Catarina, mesmo com o aumento de pedidos de medidas protetivas. Especialistas alertam para a urgência no fortalecimento de políticas públicas de prevenção e combate ao feminicídio, além de ações que garantam acolhimento e proteção reais às vítimas.

Segundo dados oficiais, Santa Catarina já contabiliza ao menos 31 feminicídios em 2024. O número pode ser ainda maior, a depender da conclusão das investigações de casos inicialmente tratados como homicídios.

Montagem: Ricardo Souza/SCC10

Com informações SCC10

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