Santa Catarina lidera ranking de trechos mais perigosos das rodovias federais

Santa Catarina concentra alguns dos pontos mais críticos das rodovias federais brasileiras. Levantamento recente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que o trecho da BR-101 entre os quilômetros 200 e 210, em São José, na Grande Florianópolis, é atualmente o mais perigoso do país em número de sinistros graves. Entre 1º de janeiro e 30 de novembro de 2025, foram registradas 112 ocorrências, o maior volume entre todos os segmentos federais do Brasil.

O alerta não se restringe a um único ponto. Na segunda posição do ranking nacional aparece outro trecho da mesma rodovia, também em São José, entre os quilômetros 210 e 220, onde a PRF contabilizou 94 sinistros graves no mesmo período. Em Balneário Camboriú, o segmento da BR-101 entre os quilômetros 130 e 140 figura entre os dez mais perigosos do país, ocupando a sexta colocação, com 65 registros.

O levantamento revela ainda que sete dos 20 trechos federais com maior número de acidentes graves estão localizados em Santa Catarina. A maioria se concentra ao longo da BR-101, principal eixo rodoviário do estado, enquanto outro ponto crítico aparece na BR-282, reforçando o cenário de atenção nas estradas catarinenses.

A BR-101 corta municípios estratégicos como Florianópolis, São José, Itapema, Camboriú, Imbituba e Laguna, sendo uma das principais rotas para moradores, turistas e o transporte de cargas. O intenso fluxo diário, especialmente em regiões metropolitanas e áreas turísticas, contribui para o aumento do risco de acidentes.

Em âmbito nacional, a PRF mapeou 118 trechos considerados críticos nas rodovias federais, sendo 32 deles localizados na BR-101. Além de Santa Catarina, os estados do Paraná e de Minas Gerais também apresentam forte concentração desses pontos.

Segundo a PRF em Santa Catarina, um dos fatores que influenciam os altos índices de sinistralidade é a transformação de trechos da BR-101 em vias com características urbanas. O crescimento do tráfego local, com circulação intensa de motocicletas, transporte por aplicativos e acessos diretos a bairros, interfere no fluxo originalmente projetado para longas distâncias.

Outro aspecto destacado é a falta de duplicação em algumas rodovias catarinenses, somada à topografia acidentada, com áreas de serra e poucas rotas alternativas. Esses fatores acabam concentrando grande volume de veículos em corredores federais, elevando o risco de colisões.

Com a chegada do período de férias e o aumento do movimento nas estradas, a PRF reforça o alerta aos motoristas. As orientações incluem planejar a viagem com antecedência, manter a revisão do veículo em dia, evitar dirigir com cansaço, respeitar os limites de velocidade e redobrar a atenção em situações de chuva ou neblina.

A corporação ressalta que atitudes simples no trânsito podem ser decisivas para reduzir o número de acidentes e preservar vidas, especialmente nos trechos considerados mais perigosos do país.

Por Ricardo Souza/SCC10