Desmatamento no Cerrado emite mais de 135 milhões de toneladas de CO2 em um ano e meio

 Desmatamento no Cerrado emite mais de 135 milhões de toneladas de CO2 em um ano e meio

Foto: Adriano Gambarini/WWF Brasil/Divulgação

Entre janeiro de 2023 e julho de 2024, o desmatamento no Cerrado resultou na emissão de mais de 135 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o equivalente a 1,5 vezes as emissões anuais da indústria brasileira. O levantamento, divulgado hoje (18) pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), foi realizado através do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), que utiliza imagens de satélites da Agência Espacial Europeia para monitorar a derrubada de árvores.

O Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, é composto por três tipos de vegetação: savânica, florestal e campestre. As formações savânicas, que dominam 62% da área do bioma, foram as mais afetadas, respondendo por 65% das emissões de CO2, o que corresponde a 88 milhões de toneladas. As áreas florestais geraram quase 37 milhões de toneladas de CO2, enquanto as áreas campestres, que ocupam 6% do Cerrado, resultaram em 10 milhões de toneladas.

A região de Matopiba — que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — foi destacada como o principal foco de desmatamento e emissões. Os incêndios e derrubadas nessas áreas contribuíram com 108 milhões de toneladas de CO2, ou 80% do total registrado no bioma. Tocantins liderou com 39 milhões de toneladas emitidas e 273 mil hectares devastados, seguido pelo Maranhão com 35 milhões de toneladas e 301 mil hectares destruídos.

Bahia e Piauí completam a lista de Matopiba, com 24 milhões e 11 milhões de toneladas de CO2 emitidas, respectivamente. Outros estados que integram o Cerrado, como Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, também registraram altos volumes de emissões, somando juntos mais de 18 milhões de toneladas.

Os dados do estudo ressaltam o impacto ambiental devastador do desmatamento no Cerrado, uma área crucial para a biodiversidade e a absorção de carbono.

Fonte: Agência Brasil

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